Ele ama ela,
como o amarelo
ama a amarela.
E o cheiro de canela
se espalha pela janela
das lembranças em aquarela
que pintam minha donzela
tão morena e tão bela.
Meu olhar, então, congela,
a imagem que se atrela
a minha córnea-tela.
E não mais se esfacela
e de forma alguma degela.
É tal pintura em capela
que nem o tempo contigo duela,
este mesmo tem cautela
ao tocar na imagem dela
É ela, é ela, é ela…
A minh’alma apela.
Ah, quem me dera aeronauta-caravela,
que a imaginação remodela
para cruzar do espaço a sela
pois tua ausência me flagela.
(…)
O que digo não é balela,
somente ela me zela.
Que saudades da tua costela,
isto é o que em mim martela.
e o tempo ainda protela,
e a dor que engata na goela.
“quem eu quero é ela”.
É ela, é ela, é ela.